O Eu Sai da Caverna

Allan Formigoni
2 min readOct 28, 2019
Photo by Steve Halama on Unsplash

Por muito tempo, pensei na vida como uma eterna busca pessoal. Passei demais de tempo em solitude, refletindo comigo mesmo, sobre mim mesmo.

O mundo sempre pareceu tão caótico que a solução mais adequada foi me abrigar dentro da segurança do meu próprio eu.

Fui me enfiando cada vez mais nessa caverna infinita onde eu imaginava que, um dia, seria capaz de me conhecer de verdade.

Hoje vejo que não há auto-conhecimento verdadeiro que não venha dos relacionamentos que temos, com pessoas, ideias e coisas.

Ter consciência de como eu interajo e reajo aos estímulos, conexões, emoções e pensamentos gerados por esses relacionamentos é ter consciência de quem realmente sou.

Não existe um mundo em que apenas o meu eu exista, portanto não existe uma realidade que é só minha. Conhecer minha relação com o mundo é portanto me conhecer, enfim, fora da caverna.

É como aquele conto que fala do discípulo zen que se isolou por 50 anos dentro de uma caverna determinado a encontrar uma resposta pra tudo na vida até se dar conta de que não havia vivido para saber quais eram as perguntas.

Não há experiência maior de auto conhecimento do que estar consciente de cada momento, cada pensamento, cada sensação, cada relação que você tem com o mundo.

Todo o resto é pura distração. É o discípulo zen buscando entender o significado da vida sem jamais ter vivido.

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Allan Formigoni

Content Lead & Storyteller for Worldpackers • Book Author • I believe there is life after consciousness.